sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Saci-pererê e a Segurança da Informação


Nos últimos dias temos sido informados sobre o extravio de ativos de informação da Petrobras. Muito cuidado deve ser dedicado por qualquer um que se atreva a discutir este caso uma vez que as informações que foram divulgadas pela imprensa são incoerentes. Parte por imperícia de quem está reportando o assunto e parte, ou melhor, a maior parte devido ao interesse dos detentores das informações em não esclarecer o assunto.
Neste caso devemos questionar porque haveria interesse em turvar as informações divulgadas. A princípio, de acordo com as boas práticas, apenas informações que não venham agravar o caso devem ser fornecidas pelos proprietários e se isto fosse verdadeiro, não se estaria dizendo aos quatro ventos que nos equipamentos havia informações valiosas. Esta simples divulgação seria uma instrução para os ladrões, considerando-se que poderia ter sido um roubo comum, de que mais valioso do que o hardware eram as informações nele armazenadas. O que se viu foi o contrário, houve um forte interesse em se divulgar que as informações eram preciosas. Isto é no mínimo curioso.
Para tornar o caso mais estranho cabe ressaltar que o incidente diz respeito à Petrobras, que é uma empresa séria, competente, profissional, seguidora de normas e padrões internacionais e das melhores práticas de gestão. Sendo assim, fica uma grande certeza: Não é razoável que haja um processo interno na Petrobras onde informações vitais são mantidas num notebook, que deverá permanecer por mais de dez dias em trânsito debaixo do sol, sob a guarda de terceiros. Definitivamente tal procedimento é irresponsável e amador. Portanto é inconcebível que o mesmo seja uma prática adotada pela Petrobras. Isto é muito curioso.
A partir desta constatação podemos imaginar que estes computadores não tinham tais informações críticas, e o furto, se verdadeiro, foi apenas furto. Mas aqui fica a maior indagação: Houve furto, ou houve uma tramóia para se fazer divulgar que informações críticas haviam sido furtadas?
Acreditar na história oficial está difícil. Prefiro acreditar no Saci-Pererê.

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