As organizações, por motivos diversos, estão cada vez mais preocupadas com a Continuidade de Negócios. Nos anos 90 os maiores interessados eram as áreas provedoras de serviços de Tecnologia de Informação, em especial de empresas do setor financeiro.
Nos primeiros anos do século XXI pudemos constatar uma ampliação saudável desse escopo. A demanda continuava concentrada em empresas da área de serviços, com destaque para os financeiros, como um todo, deixando de ser uma preocupação restrita às áreas de Tecnologia de Informação.
Como decorrência desta ampliação de escopo e da publicação de normas e leis que contemplam a Continuidade de Negócios novas organizações estão sendo demandadas a apresentar Planos de Continuidade de forma a assegurar a continuidade de toda a cadeia produtiva. A continuidade de uma organização deixa de ser um assunto restrito a uma organização passando a ser de interesse de todo o mercado.
A esta nova demanda nos referimos como terceira onda. Ela irá exigir uma maturidade dos profissionais de Continuidade de Negócios por apresentar uma característica diferente. Até então o foco estava concentrado em empresas de serviços onde o principal valor são as informações. Nesse momento estamos constatando que existe uma grande demanda de empresas prestadoras de serviços de infra-estrutura tecnológica.
Um provedor de serviços de internet tem como principal ativo sua infra-estrutura, uma empresa de telecomunicações também, o mesmo podemos dizer de empresas de água e esgoto, transmissão de energia e outras mais. Nessas organizações a utilização de um Plano de Continuidade é uma alternativa simplista e por vezes equivocada. Essas organizações precisam ter uma Gestão da Continuidade de Negócios fortemente baseada numa infra-estrutura robusta capaz de responder a incidentes sem que haja degradação significativa dos seus serviços. Planos de Contingência podem e devem fazer parte dos controles utilizados para garantir a Continuidade de Negócios, mas não podem ser o seu principal pilar. Em outras palavras, a existência de “Planos B” é interessante, mas os “Planos A” precisam ser robustos uma vez que soluções paliativas de suas falhas são obrigatoriamente baseadas em infra-estrutura, o que demanda elevado custo e tempo. Por isso a solução de contingência precisa já estar permanentemente disponível e em condições de uso, inserida no “Plano A”, e não como um “Plano B” alternativo. Desta forma a solução deixa de ser uma alternativa de contingência e passa ser uma resposta de continuidade baseada na robustez do “Plano A”.
A lógica a ser utilizada é mesma empregada para tratar uma falha no fornecimento de energia elétrica. Neste exemplo a solução pode ser a utilização de:
• Dupla fonte de alimentação,
• “No-breaks”,
• Geradores,
• Aluguel de geradores numa eventualidade.
Nesse caso as três primeiras soluções estão totalmente inseridas no “Plano A” enquanto que a última é um típico Plano de Contingência (Plano B). O custo de cada solução é diferente assim como o quanto de garantia cada uma apresenta.
O mesmo raciocínio vale para a Gestão da Continuidade. Qual a abordagem mais adequada para sua Organização?
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