segunda-feira, 29 de julho de 2013

Artigos sobre Gestão de Multidão na JMJ

Relação dos artigos tendo a JMJ como assunto:











Remoção de Obstáculos na JMJ


Cercas e grades são úteis enquanto necessárias.
Após isto elas passam ser obstáculo e por isto passam a ser perigosas exigindo sua imediata remoção.

Isto nem sempre é feito como mostra a foto da JMJ durante a Missa do dia 28 de julho. 

Carros X Peregrinos

A segregação do fluxo de pedestres do fluxo dos carros é essencial para garantir a segurança da multidão. 
Na JMJ, em Copacabana, a disputa de espaço de pedestres com os carros esteve presente.
Felizmente, não temos notícias de nenhum incidente grave, mas observamos algumas situações de "quase acidente".

Continuidade Operacional do Metrô Rio na JMJ

No segundo dia da JMJ o metrô do Rio de Janeiro apresentou uma pane que durou mais de duas horas.
De acordo com o site R7 Notícias  o "...MetrôRio informou que perícia técnica para apurar o desligamento do sistema metroviário na terça (23) por duas horas constatou que o problema ocorreu por falha na montagem da estrutura de energia de nova estação do metrô localizada na rua Uruguai, na Tijuca...".

Durante uma JMJ é inadmissível que intervenções que não sejam manutenções corretivas sejam feitas colocando em risco a continuidade operacional de um serviço básico e pela informação disponibilizada, a intervenção em questão não dizia respeito aos serviços disponibilizados para os usuários.

Informação, informação e informação

Informação foi um dos pontos falhos da JMJ. Haviam galhardetes com algumas informações, mas nos pontos chaves, na saída do evento a informação estava ausente. Haviam voluntários com megafones dando orientações em português, mas não havia sinalização. Como sair, onde pegar ônibus, metro, etc. Basicamente a sinalização estava distribuída na orla de Copacabana, mas nas ruas internas era tímida
Por exemplo, não houve orientação de que na Rua Voluntários da Pátria, acessível a pé, haviam ônibus para a Central do Brasil e vários outros destinos.
Milhares de voluntários queriam ir para o RioCentro após a Missa Final, mas não foi disponibilizado um meio de transporte para este percurso. Assim como não foi informado como eles poderiam chegar lá para estarem presente no evento especialmente dedicado a eles.

A gestão de multidão possui  três pilares, design, informação e monitoração. Dos três o mais simples e barato é informação, mas na JMJ este pilar foi frágil.

Números da JMJ

Foto: Reprodução de O Globo - 29/07/13
Inicialmente se dizia que a JMJ iria levar mais de 2 milhões de pessoas para Guaratiba. Número difícil de se concretizar devido a precariedade dos transportes.
Agora está sendo divulgado que haviam 3 milhões de pessoas no evento final, na praia de Copacabana, dia 28 de julho.
Este número é difícil de ser verdadeiro. A praia de Copacabana estava ocupada da Rua Xavier da Silveira até o Altar, o que equivale a 2.100 metros (além da rua Xavier da Silveira não havia sistema de som e telão). A praia tem uma faixa de areia que varia na sua largura. Na parte mais larga, da areia molhada pela água até a fachada dos prédios temos 207 metros.  Neste espaço temos no máximo 435 mil metros quadrados. Com uma ocupação de 3 pessoas por metro quadrado, em média, teremos um total de 1,3 milhões de pessoas.
A média de 3 pessoas por metro quadrado é elevada pois haviam peregrinos sentados, peregrinos deitados, espaços vazios devido a falta de visibilidade dos telões e outros obstáculos, espaços ocupados por ambulantes, quiosques, banheiros, tendas,etc.. Ou seja, nos locais mais densos, a média pode ser considerada de 4,5 pessoas por metro quadrado, mas esta densidade só foi atingida em locais específicos.
Incluindo as pessoas que estavam nos prédios da orla teremos um acréscimo de 24 mil pessoas se utilizarmos uma taxa de ocupação de 10 pessoas por andar em 200 prédios de 12 andares.

Este número, de 1,3 milhões de pessoas não diminui a JMJ, pois um evento que reúne o equivalente a aproximadamente 20 Maracanãs cheios não pode ser minimizado, mas precisamos ser realistas e trabalhar com números coerentes.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Imagina na JMJ - Reveillon da JMJ

Nossa preocupação quando tratamos de gestão de multidão são as pessoas.
Terça-feira houve uma missa em Copacabana, quinta-feira houve a acolhida aos jovens.
Para nossa surpresa os jornais publicaram que o esquema de transporte de saída não funcionou.
Esclarecendo, nossa surpresa foi com o fato da imprensa se surpreender com esta falha.
A saída de Copacabana em nenhum Reveillon até hoje funcionou a contento (a foto é do Reveillon de 2013). Ou seja esta falha não é uma surpresa. Surpresa seria caso o esquema de transporte houvesse funcionado.
Surpresa seria caso o esquema de transporte para Guaratiba, caso a Vigília ocorresse funcionasse.
Num evento deste porte o transporte sempre será um ponto fraco. Mas fornecer a ilusão de que o sistema de transporte é adequado e suficiente é uma falha básica. Estruturar um esquema especial e dar a entender que desta forma haverá um serviço satisfatório é um erro. Este tipo de erro cria uma demanda ainda maior para uma infraestrutura frágil.
Se o transporte é insuficiente e é o ponto fraco, isto deve ser divulgado de maneira clara e enfática. Esta informação ajudará no planejamento que cada um fará da sua jornada, seja alterando seus planos, seja assumindo que irá utilizar o sistema de transporte, mesmo que precário.


Gerir multidão é disponibilizar o transporte e fornecer as informações necessárias para que o público escolher o que é melhor e mais seguro para ele.

Imagina na JMJ - Peregrino Perdido

Nossa preocupação quando tratamos de gestão de multidão são as pessoas.
Quem circulou pelas ruas do Rio de Janeiro no mês de julho de 2013 deve ter sido demandado por algum turista ou peregrino perdido, precisando de informação sobre transporte.
Quem andou de transporte público presenciou alguém precisando de orientação de onde saltar para a algum lugar.
Um lojista do Cosme Velho, bairro onde está localizada a estação do trem de acesso à estátua do Cristo Redentor, fez um cartaz, bilíngue, informando quais os meios de transporte para os principais pontos de interesse dos turistas, tais como Pão de Açúcar,Praia de Copacabana, Lagoa Rodrigo de Freitas. Ele estava cansado de ter que dar este tipo de informação.
E havia uma pergunta que poucos estavam em condição de responder: Como chegar no local da Missa Campal em Guaratiba? Poucos, muito poucos, moradores do Rio de Janeiro saberiam dar uma resposta completa a esta pergunta, inclusive eu.  Quis o destino que esta pergunta não precisará ser respondida, mas este será assunto de um novo artigo.

Gerir multidão é disponibilizar as devidas informações e garantir o ir e vir do público.

Imagina na JMJ - Papa Engarrafado

Nossa preocupação quando tratamos de gestão de multidão são as pessoas.
Na segunda-feira quando o Papa chegou ao Brasil todos ficaram escandalizados com as imagens do carro do Papa engarrafado, sendo cercado pelo povo.
Pouco depois, na saída da Catedral Metropolitana do Rio de Janeiro, novamente vimos o carro do Papa sendo quase imobilizados pelo público.
Com os nossos olhos de Gestores de Multidão o que nos causou mais preocupação foi o perigo que o público correu ao se misturar com um cortejo de automóveis e se misturar num trânsito engarrafado.
A gestão do evento permitiu inúmeras situações de risco para o público expondo as pessoas à uma grande possibilidade de atropelamento.

Gerir multidão é garantir o conforto e segurança das pessoas.