terça-feira, 29 de novembro de 2011

Acidente na Baía de Guanabara



Foto: Márcia Foletto / O Globo

No dia 28 de novembro um catamarã vindo de Niteroi colidiu com o cais na Rio de Janeiro ferindo dezenas de pessageiros. Ás notícias divulgadas informam que a embarcação colidiu sem redizir sua velocidade fazendo que aqules que estavam de pé caissem. Na queda várias pessoas se machucaram.
Identificamos neste caso duas grandes falhas. A primeira falha foi o problema mecânico que impediu que a devida manobra de atracação fosse feita. A segunda falha foi a ineficaz resposta à emergência. Aparentemente não houve nenhum alerta e nenhuma instrução de segurança foi passada para os passageiros para aumentar a segurança numa colisão que se apresentava inevitável.


Um acidente previsível pode e deve ser respondido de imediato com medidas mitigadoras que atenuem as consequências.
Que o incidente sirva de lição para o aperfeiçoamento dos procedimentos de segurança.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Plano de Pesquisas - Apoio

O Centro de Estudos de Risco e Segurança de Negócios - CERNE e a Universidade Veiga de Almeida – UVA no ano de 2012 tem como objetivo dar continuidade à pesquisa iniciada no ano de 2011  relacionada com a Gestão de Grande Público e Multidão que teve o apoio do HSBC Arena.
O resultado da pesquisa realizada foi consistente e indicou que novos estudos são necessários para que as taxas de serviço de pontos de controle de público sejam mais bem determinadas e possam ser divulgadas para uso dos promotores de eventos.
Os serviços até agora observados foram:
  • Passagem em catracas com leitora de ingresso,
  • Revista com detector de metal manual e
  • Colocação de pulseira de identificação. 

Os resultados obtidos foram consistentes, mas indicaram a necessidade de mais observações, de diferentes públicos em diferentes condições de trabalho.
Para o ano de 2012 pretendemos ampliar o escopo destas pesquisas e incluir a aferição do fluxo de pessoas em função da densidade na saída de eventos e a avaliação da consistência da sinalização e informações disponibilizada para o público.
Para a realização destas pesquisas é necessário que tenhamos acesso a locais onde possamos fazer as observações necessárias. Os locais que inicialmente consideramos de interesse são os abaixo: 
  • Aeroportos, 
  • Rodoviária,
  • Estações de trem,
  • Estações de metrô,
  • Grandes casas de espetáculo,
  • Centros de convenções e 
  • Centros de exposições.

Solicitamos a quem tenha interesse e condições de contribuir com estas pesquisas que entre em contato com o Prof. Fernando Saldanha, no e-mail saldanha@uva.br ou cerne@cernebr.com.br  para que possamos discutir a forma de promovermos uma parceria.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Fila P'ra Quê?

No jogo Fluminense X América MG constatamos mais uma vez que a entrada no estádio ainda é inexplicavelmente confusa.
Uma hora antes do início do jogo haviam filas longas na entrada do Setor Oeste, tanto para as cadeiras como para a arquibancada superior.
Conhecemos bem este estádio e pela quantidade de catracas existentes não deveria haver uma grande fila. Ao pesquisarmos a razão da existência da fila identificamos que o problema estava na falta de informação e orientação passadas para o público. As catracas estavam ociosas, mas uma fila se formava para uma revista voluntária. Toda fila atrai as pessoas pois ela dá uma sensação de ordem e segurança. Contudo, neste caso, não havia necessidade de entrar na fila uma vez que haviam várias posições ociosas para fazer a revista e coletar o bilhete.
A fila era desnecessária, e ninguém agiu para desfaze-la e de forma a agilizar a entrada do torcedor.
Palmas para os torcedores que seguiam o que eles imaginavam que era uma coisa organizada.

Vaias para os organizadores que não agiram para agilizar a entrada.

Beleza e Segurança

A movimentação segura de pessoas, em especial quando em grande número, pode ser garantida quando temos um bom projeto das instalações físicas, uma boa sinalização e uma equipe de suporte e orientação competente.
No que diz respeito à instalação física por vezes encontramos intervenções que em nome da beleza aumentam o risco de um acidente.
Nesta semana (21 de outubro de 2011) pudemos constatar que um dos maiores teatros do Rio de Janeiro possui uma das paredes de seu saguão coberta por um espelho de alto a baixo. Este tipo de recurso pode ser belo e dar uma sensação de mais espaço, mas numa emergência ele passa a ser uma armadilha que amplia a possibilidade de acidentes.
Jamais a segurança pode ser trocada pela beleza.
Beleza e segurança devem se somar para dar segurança ao público.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Estamos Preparados?

Nos últimos dias deste mês de novembro de 2011 estamos sendo assombrados com o vazamento de petróleo na Bacia de Campos. No CERNE não dispomos de informação suficiente para fazer uma avaliação detalhada deste incidente. Mas podemos garantir que está ocorrendo um desastre cujos desdobramentos são inúmeros.
Dentre estes desdobramentos identificamos a possibilidade do óleo chegar às praias brasileiras. Mas, pelas informações divulgadas pela imprensa é pequena a probabilidade desta ocorrência.
Este é o ponto que queríamos abordar. Um evento cuja ocorrência é pouco provável com um impacto catastrófico. Este é extamente o tipo de evento para o qual devemos estruturar Planos de Resposta a Desastre - PRD. E alem disto a probabilidade de ocorrência deste evento deve ser reduzida através da adoção de um processo robusto com controles preventivos instalados que sejam complementados pelo PRD.
O fato da probabilidade ser baixa indica que é um tipo de evento raro. Para estes eventos raros precisamos desenvolver mecanismos de reação. Para os eventos usuais, nossos processos do dia-a-dia estão preparados.
Um gestor precisa ir contra a natureza ao desenvolver a resposta a um evento de baixa probabilidade. Nós não somos naturalmente preparados para responder a agressões imprevistas cuja possibilidade de ocorrência seja baixa. Mesmo quando nos preparamos com o passar do tempo tendemos a afrouxar nossas defesas.
A diferença de uma gestão profissional para uma gestão amadora está   na sua capacidade de manter intactos todos os procedimentos preventivos e de resposta a um desastre improvável.
O óleo não deve chegar às prais, diz a probabilidade. Mas devemos estar preparado para esta eventualidade, diz o tamanho do potencial desastre.
Estamos preparados?

sábado, 12 de novembro de 2011

Plano ou Gestão de Continuidade?

Os nomes são úteis quando traduzem de forma clara o seu significado. Quando o assunto é continuidade de negócios alguns termos são mal empregados e geram dúvidas e mal entendidos.
Nossa recomendação é que seja adotada a forma mais clara na língua portuguesa e que cada palavra tenha seja devidamente utilizada no seu significado preciso.
Gestão é um processo executivo de administrar algo. Assim a gestão de continuidade de negócio é processo pelo qual se objetiva aumentar a garantia da continuidade de negócios. Os mecanismos que podem ser adotados na Gestão de Continuidade são inúmeros, desde aqueles que aumentam a robustez de um processo até aqueles que viabilizam uma retomada das operações após um desastre que destrua as instalações primárias de uma organização. A Gestão da Continuidade é um processo amplo e de caráter estratégico.
O termo plano é adequado para indicar um conjunto compreendido por estratégias, táticas e ações com um determinado objetivo. Um Plano de Continuidade é o conjunto de procedimentos a serem adotados para garantir a continuidade dos negócios no caso de uma interrupção dos processos de negócio.
A gestão de continuidade é um conjunto maior do que o conjunto do Plano de Continuidade. Um Plano de Continuidade pertence ao conjunto compreendido pela Gestão de Continuidade.
Quando nos referimos à Plano de Recuperação de Desastre o que transmitimos através deste nome deveria ser entendido como o conjunto de procedimentos dedicados a promover a recuperação de uma operação após a ocorrência de um desastre. O nome é claro, assim como o seu significado. Contudo observamos por parte de alguns autores a utilização deste termo apenas aplicado à recuperação do ambiente de tecnologia de informação o que é uma visão limitada. A Recuperação de Desastres não é restrita ao ambiente de Tecnologia de informação. O mundo real apresenta inúmeros desastres que demandam recuperação e limitar o escopo de um Plano de Recuperação de Desastre ao ambiente de tecnologia de informação é uma demonstração de miopia daqueles que militam apenas no ambiente de TI e que não vem o mundo alem do seu pequeno raio de visão. O Plano de Recuperação de Desastres do Ambiente de TI é uma das partes pertencentes ao conjunto do Plano de Continuidade de Negócios.
Segregar um do outro é um erro.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Considerações sobre o Teste de Um Plano de Contingência

No dia 07 de novembro de 2011 a Prefeitura do Rio de Janeiro fez um execício simulado de resposta a um alagamento na região da Praça da Bandeira. A divulgação dada a este treinamento foi importante para demonstrar para a população de que existe um planejamento para a resposta a emergências na cidade. Outro fato importante é que com um exercício deste tipo é possível avaliar a capacitação das equipes e identificar pontos fracos a serem sanados.
E é este ponto que queremos destacar. Um exercício simulado não deve ser realizado com o intuito de demonstrar que o planejamento da resposta está correto. Ele deve ser feito para identificar pontos que mereçam ser aperfeiçoado. Desconfie de um teste onde tudo correu conforme planejado.
Uma outra questão de suma importância é: a simulação é da RESPOSTA ao desastre. Isto nunca pode ser confundido com a simulação de um desastre. A simulação de um desastre pode gerar efetivamente um desastre.
A Prefeitura, corretamente, não promoveu o alagamento da Praça da Bandeira para fazer sua simulação. Da mesma forma, não se deve interromper um processo crítico para simular uma resposta à sua paralisação.
Já tivemos conhecimento de exercícios simulados de evacuação onde chumaços de algodão queimado eram espalhados pelo ambiente para criar um clima mais próximo da realidade. Definitivamente descartamos tal procedimento pois o mesmo pode gerar um clima tão verdadeiro que pode levar ao pânico, e neste caso, estará criado o desastre.
Da mesma forma não dê ouvidos a histórias onde dizem que um teste de um plano de continuidade deve ser feito de surpresa, com o Diretor tirando o computador da tomada!!!!
Fique atento. Ao testar um plano de contingência, teste o plano, mas não simule um desastre.