quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Dia Triste em Mecca e em todo o Mundo

Dia triste. 
A morte de quase mil devotos muçulmanos na peregrinação à Meca deve deixar todos tristes, independente de religião. Como especialista em Crowd Management fico indignado com as falhas que levaram a esta tragédia.
Depois de 1990, quando morreram quase 1.500 pessoas, este é o pior desastre neste local religioso. 
Mortes em números elevados são frequentemente verificadas durante o Hajj, que é a peregrinação sagrada que todo muçulmano deve fazer pelo menos uma vez. Este ano, ainda em setembro a queda de um guindaste matou quase cem pessoas na Mesquita Sagrada (http://gerisco.blogspot.com.br/2015/09/acidente-em-mecca-mata-62-pessoas.html)
Embora as causas não estejam identificadas, por certo é uma falha dos gestores e organizadores. A multidão tem que ser gerenciada!!! O preço de quase mil mortes é inaceitável.

 http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/09/tragedia-durante-peregrinacao-na-arabia-saudita-mata-centenas.html
http://www.theguardian.com/world/2015/sep/24/mecca-crush-during-hajj-kills-at-least-100-saudi-state-tv
http://www.nytimes.com/2015/09/25/world/middleeast/mecca-stampede.html

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Acidente em Mecca mata 62 pessoas

Um guindaste, dentre vários utilizados na reforma de ampliação da Grande Mesquita de Mecca despencou matando pelo menos 62 pessoas e ferindo mais de 200 no dia de hoje, 11 de setembro de 2015.
O Hajj, que é peregrinação anual dos muçulmanos à Mecca acontece no final deste mês de setembro. Essa peregrinação envolve milhões de religiosos e é o motivo da ampliação da Grande Mesquita. A gestão de multidão é objeto de forte investimento por parte das autoridades da Arábia Saudita.
A causa da queda não está confirmada, mas pode ser devido a fortes ventos. Equipes de resgate ainda se encontram no local.
Fotos: EPA e Reuters

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Miopia na Segurança Empresarial

Theodore Levitt em seu conhecido texto de 1960, publicado na Harvard Business Review, denominado "Miopia em Marketing" pergunta: qual é o seu negócio? 
Essa pergunta simples deve ser todo dia feita pelos gestores perante um espelho.
Os gestores de segurança estão entre os profissionais que devem fazer essa pergunta. Tenho visto e lido muitas queixas de gestores da área de segurança sobre a pouca importância que a alta administração lhes confere.
Mas se os clientes não lhe dão atenção, o erro será dos clientes ou do seu marketing? Culpar os clientes pode ser mais fácil, mas isto não irá trazê-los de volta.
Segundo Domenico De Masi, na sociedade pós-industrial os principais recursos organizacionais são "inteligência, conhecimento, criatividade, informações, laboratórios científicos e culturais".  De Masi ainda observa que dentre os principais desafios que passamos a ter destacam-se a qualidade de vida, saúde psíquica e preocupações com o meio ambiente.
Cabe às áreas de segurança ajustar o foco de seus serviços no admirável novo mundo da sociedade pós-industrial. Garantir a segurança neste ambiente onde a informação é um dos principais ativos de empresa exige uma abordagem diferente da abordagem de garantia de ativos tangíveis. A segurança física e patrimonial continua sendo necessária, mas ela não é suficiente para garantir o objetivo da segurança empresarial.
Novos saberes são necessários e os profissionais da segurança passam a ter que dominar novas áreas. A segurança depende de uma estrutura confiável e de procedimentos eficientes acrescidos de mecanismos de prevenção e reação (vide A Continuidade de Cada Dia, Fernando Saldanha). As estruturas e funções organizacionais da era industrial que atendiam plenamente suas demandas não são adequadas neste novo ambiente passando a ser obsoletas.
A segurança da informação é uma das funções que as áreas de tecnologia tem incorporado. Mas este assunto extrapola a competência da área de TI e cada vez mais é entendida como sendo uma demanda estratégica (Allen, Julia. Security is Not Just a Technical Issue). A área de tecnologia da informação deve oferecer uma infraestrutura robusta e segura. Mas as informações e saberes de uma corporação não transitam exclusivamente pelo ambiente de TI e seus proprietários são de outras áreas da organização.
E, em qualquer caso ou situação, a informação e sua segurança dependem do indivíduo que tem acesso a ela. E neste caso a segurança passa pela segurança do funcionário, ou usuário, da informação. Como vimos a qualidade de vida é um dos desafios da nossa sociedade e esta preocupação deve estar inserida no ambiente empresarial. O bem estar e a qualidade de vida, incluindo a qualidade do meio ambiente, também devem ser garantidos, e esta também deve ser em parte responsabilidade da segurança empresarial.
Cabe questionar se o melhor modelo é a segregação em diferentes segmentos, tais como a tradicional área de segurança física, a área responsável pela segurançada informação, a área pela preservação integridade física e do ambiente de trabalho (segurança do trabalho). Integrar estas áreas, seja pela estrutura de processos ou pela organizacional,  é um desafio que deve ser enfrentado pois a efetiva continuidade de um negócio depende do sucesso desta combinação.
A segurança pós-industrial é uma necessidade das empresas do século XXI.
Estruturas e organizações do século passado são ultrapassadas e ficaram obsoletas. Insistir nestes modelos evidencia que o gerente tem vista curta e o diagnóstico é miopia.

Referência Bibliográfias:
Allen, Julia. Security is Not Just a Technical Issue, 2013, Carnegie Mellon University em https://buildsecurityin.us-cert.gov/articles/best-practices/governance-and-management/security-is-not-just-a-technical-issue, acessado em 16 de julho de 2015.
De Masi, Domenico, A Sociedade Pós-Industrial. São Paulo : Ed Senac, 1999.
Levitt, Theodore. Miopia in Marketing. Havard Business Review, July - August 2004. https://hbr.org/2004/07/marketing-myopia, consultodo em 20 de julho de 2015.
Saldanha, Fernando. A Continuidade de Cada Dia. Rio de Janeiro: Ed. Select,  2007.

Os incomodados que se retirem

Domingo de sol no Rio de Janeiro é sinônimo de festa. Mas é sinônimo de folga ou férias cívicas. Pelo menos para alguns, numerosos, cidadãos.
Nas ciclovias da cidade várias tribos se encontram. Desde a tribo dos que estão dando uma caminhada até a tribo dos que estão pedalando numa competição radical onde a todo o momento ou o ciclista ou o pedestre é colocado em risco pela velocidade e ferocidade do atleta montado em sua "byke".
Mas o pedestre não faz por menos, encontra um ou vários amigos e todos confraternizam em plena pista. Não importa que haja um grande espaço lateral ou que a pista venha a ser bloqueada. É dia de festa e comemorar com os amigos é o que importa. Os demais são meros incomodados e os incomodados que se retirem.
Me retirei e fui para o Parque Laje. E encontro um grande engarrafamento na Rua Jardim Botânico pois inúmeros cidadãos querem ir ao parque, em seus veículos e acham razoável ficar parado em plena rua Jardim Botânico, bloqueando uma pista para esperar que um estacionamento, que não é de alta rotatividade, tenha uma vaga para seu possante. Ir ao parque de transporte público não parece ser uma alternativa. Estacionar o carro um pouco mais distantes também não parece ser interessante. Mas bloquear uma pista e esperar vários minutos é interessante. Gosto não se discute, mas civilidade sim. 
O uso de bicicleta pode ser uma boa alternativa de transporte e laser e uma boa forma de espantar o mau humor. Mas o feliz proprietário de um pequeno carro branco parece não querer contribuir. Ele achou uma vaga para ser belo carro junto ao bicicletário, exatamente no espaço destinado às bicicletas cor de abobora que tanto enfeitam a cidade. Tinha espaço para várias bicicletas, mas também dava para um carro pequeno e ele se considerou um felizardo. Os incomodados que se retirem...
Pensativo decido retornar ao meu lar doce lar. Ao chegar reparo que um morador, que tem direito a estacionar apenas um carro na garagem, está estacionando um segundo carro. Ao me ver ele (sou o síndico, pois há vários anos ninguém mais se prontificou a fazer este trabalho comunitário) me diz que a vida está difícil, que está com muito trabalho e que por isto parou dois carros onde ele tem direito a parar apenas um. Imagine se a vida estivesse fácil !
Acho que querem que eu me retire. Tchau !!!!

Ofereça conforto e segurança para seu público

Na coluna "Programa Furado" da revista Rio show de hoje, dia 04/09/2015, a assessoria de imprensa do Shopping Metropolitano, em resposta a uma  queixa de um usuário, informa "...que, a partir das 22h30m, apenas as portas, escadas rolantes, elevadores e banheiros que dão acesso à parte do cinema ficam abertos. As demais áreas são isoladas. O shopping vai reforçar a sinalização e a segurança da área".
Este matéria é interessante e importante para ser utilizada como exemplo de caso a ser tratado  no âmbito da gestão de multidão.
Desde de já é importante salientar que apesar do termo "multidão" o real objetivo desta disciplina é a garantia do conforto, segurança e bem estar do público. Ou seja, não é necessário que haja uma turba, bastando haver um público que numa excepcionalidade pode ser numeroso. No caso em questão, o fim de uma seção de cinema pode dizer respeito a dez pessoas ou a duzentas pessoas, mas independente desta contagem é assunto da gestão de multidão.
O relato do usuário junto com a resposta dos gestores revelam que melhorias podem ser feitas em pontos onde não deveriam haver falhas. Mas o que nos chama a atenção é a atuação pontual, em resposta a problemas ocorridos. Sem um bom conhecimento de gestão de público, o erros e acertos são obras do acaso, pois não se saberá porque há acertos e não se saberá porque está havendo erros.
Gestão de multidão deve ser feita com um método que contemple gestão, informação e design. As alternativas são o improviso ou o método da tentativa e erro e isto pode sair caro.