Tenho participado ativamente de dezenas de projetos
relacionados com continuidade de negócios nos últimos 20 anos.
Nos primeiros anos tive apoio de colegas americanos que me
auxiliaram a trabalhar utilizando as melhores práticas não permitindo que
soluções simplistas fossem priorizadas. Charlotte Hiatt e Jon Toigo foram dois
parceiros nestes tempos, lá nos anos 90.
Uma das maiores simplificações que tenho encontrado é a
tentação de se desenvolver um PCN tendo como referência o produto final.
Para esclarecer vou fazer uso de uma analogia. Se você quer uma casa de campo e estimar o seu
custo será necessário que você defina, no mínimo, onde será a casa de campo,
para quantas pessoas, quais as facilidades desejadas, qual o tipo de acabamento.
Com estas informações será possível a elaboração de um projeto com o respectivo
custo de construção. Com o projeto e custos aprovados pode-se iniciar a
construção da casa.
A construção de uma solução de continuidade de negócios é
semelhante. Primeiro é necessário obter a resposta de algumas perguntas tais
como, quais serviços e processos deverão ser pririzados, quais o requisitos de
continuidade que deverão ser atendidos (tolerância a paralisação e tolerância a
perda de dados, por exemplo), onde, etc. Estas respostas
são obtidas pelo projeto do PCN. Com o projeto do PCN pode-se fazer o projeto
de detalhamento e implantação da infraestrutura necessária para atender ao PCN.
O projeto de concepção de um PCN é a parte de menor custo no
projeto de implantação da continuidade de negócios. A tentação de se iniciar pelo projeto da
infraestrutura deve ser evitada. Ela leva a um projeto equivocado onde
investimentos são mal direcionados, levando a um resultado ineficaz e por vezes
inviabiliza a implantação do PCN pelo custo exorbitante.
Abraços,
Fernando Saldanha
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