terça-feira, 3 de novembro de 2009

LIVRO: O Andar do Bêbado


O Andar do Bêbado (Ed. Jorge Zahar Editor, Rio de Janeiro)

O Andar do Bêbado, de Leonard Mlodinow, é um livro provocador. Ele procura mostrar que um fato excepcional não é uma exceção e sim resultado de um evento aleatório, que pode acontecer, e acontece, ainda que com pouca freqüência.

Nossa percepção é baseada em pré-conceitos que nos levam a confirmar o que esperamos que acontecesse. A regressão à média é um fato conhecido em determinados eventos. Um instrutor acha que seu aluno tem um melhor desempenho depois de ser advertido e que o êxito leva a um relaxamento. Na verdade o que acontece nada mais é do que uma regressão à média. Um bom piloto tem seus pousos variando em torno de um desempenho que lhe diz respeito. Suas aterrissagens são ora um pouco pior, ora um pouco melhor. Esta variação não tem relação com incentivos ou relaxamentos. Eles são resultado de variações aleatórias.

Perseguimos padrões e precisamos deles para confirmar ou estabelecer crenças. Tal necessidade nos leva a acreditar que eventos que são apenas aleatórios apresentem resultados determinísticos, a assim sendo nos levam a um erro de percepção.

O livro de Mlodinow faz um excelente par com o livro “Risco: A Ciência e a Política do Medo” sendo ambos importantes para a biblioteca de quem trabalha com Gestão de Risco.

LIVRO: "Risco: a Ciência e a política do medo"


Risco: a Ciência e a política do medo (Ed. Odisséia, Rio de Janeiro)

Don Gardner em seu livro explica como percebemos o risco e examina a psicologia que rege nossos temores A percepção de risco é apresentada como uma combinação de dois tipos de resposta do nosso cérebro: a intuitiva e a racional.

A intuitiva é rápida enquanto que a racional, como um adolescente acordando, é devagar e preguiçosa. O resultado desta combinação são percepções distorcidas e que em alguns casos nos levam a situações de maior risco. Um exemplo é a rejeição a utilização do transporte aéreo no pós 11 de setembro. As alternativas de transporte, em especial a feita por rodovia, são bem mais perigosas do que voar de avião. O resultado desta percepção de risco intuitiva e emocional foi um número maior de mortes.

O livro de Gardner é importante quando utilizamos o conceito de que risco é a combinação da probabilidade com a possível conseqüência. Se nossa percepção falha grosseiramente somos levados a estimar a probabilidade de maneira absurda e com isto nossa estimativa de risco fica totalmente equivocada.

O livro de Don Gardner é uma importante leitura para quem trabalha com segurança e gestão de risco.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Gripe suína, ela chegou para ficar


A epidemia da gripe suína é um fato consumado.
Para não contrair esta doença é necessário que se tenha os anticorpos para combater o vírus. Existem duas formas de se adquirir estes anticorpos: através de uma vacina ou através de uma reação natural do organismo em resposta a uma contaminação pelo vírus. A vacina não estará disponível em quantidade suficiente rapidamente. A alternativa desagradável de curto prazo é desenvolver a resistência a este vírus adquirindo o mesmo....
Existe ainda uma terceira alternativa para não ficar doente, que é não ser infectado, e esta alternativa depende da sorte.
Pânico não irá ajudar em nada. Ações inteligentes ajudarão.
O melhor que uma empresa ou uma família pode a fazer é seguir a estratégia adotada pelas autoridades da área de saúde. Em síntese esta estratégia consiste em fazer todo o possível para reduzir ao máximo a velocidade de propagação do vírus e da doença, que já é uma epidemia aqui no Brasil.
Esta estratégia irá permitir que a reação às conseqüências da epidemia possa ser eficiente. Dentre as conseqüências, a mais grave é o impacto econômico decorrente do absenteísmo elevado devido ao contágio simultâneo de vários membros de uma mesma organização. Este elevado absenteísmo implicará numa degradação da capacidade operacional da organização, o que em alguns casos poderá ser de difícil administração.
Resumindo, cada organização deve agir para reduzir a capacidade de o vírus sobreviver no seu ambiente e agir estruturando pelo menos um Plano de Contingência para responder a um elevado absenteísmo.
A realidade a ser encarada é que novos casos devem deixar de ser notícias, casos de gripe A devem deixar de ser tratados como casos excepcionais e sua ocorrência tem ser gerida como um problema grave do dia-a-dia.
Haja, gerencie a crise e tenha um desempenho melhor do que seus concorrentes !

sábado, 27 de junho de 2009

Informações úteis sobre a pandemia de gripe

Links úteis para informações atualizadas sobre a gripe Influenza e pandemia:

Organização Pan-americana de Saúde
http://new.paho.org/hq/index.php?lang=en
Site da Secretaria de Saúde e Defesa Civil do Estado do Rio de Janeiro
CDC- Centers for Desease Control and Prevetion (do Governo dos EUA)
Portal do Ministério da Saúde

segunda-feira, 8 de junho de 2009

I ConCERNE


O CERNE ficará honrado com a sua presença no:

I CONCERNE – Conversas no CERNE

  • Dia: 18 de junho de 2009
  • Horário: 09:30h às 12:10h
  • Entrada franca
  • Programação:
    Apresentação do CERNE – Centro de Estudos de Risco e Segurança de Negócios.
    Palestra: Caraterísticas de um Plano de Continuidade de Negócios para uma Pandemia
    Palestra: Pontos Básicos de Comunicação em Crise e Risco
    Palestra: Método para Gestão de Riscos
  • Local: Auditório da Universidade Veiga de Almeida – Campus Barra (Atrás do Clube Marapendi)
  • Endereço: av. Felicíssimo Cardoso 500. Barra da Tijuca. RJ/RJ.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Pandemia – Recomendações Básicas para as Organizações

A Pandemia é um problema de saúde pública que pode afetar a sobrevivência das Organizações.
Algumas medidas podem ser adotadas por todas as Empresas para torná-las mais aptas a enfrentar o impacto de uma pandemia.

O CERNE - Centro de Estudos de Risco e Segurança de Negócios (http://www.cernebr.com.br/ ) recomenda que as Empresas invistam na sua robustez aperfeiçoando mecanismos e procedimentos do dia-a-dia e tenham alguns planos delineados para o caso de uma emergência.

Os itens a seguir devem ser considerados por todas as Organizações:


  • Invista na sua capacidade de operar com seus empregados instalados em suas residências.

  • Monitore os informes da evolução de crises no ambiente externo e interno.

  • Forme substitutos para seus executivos, gerentes e pessoal chave.

  • Identifique fornecedores críticos e desenvolva fornecedores alternativos.

  • Reforce medidas de higiene e limpeza de suas instalações.

  • Reforce medidas de higiene de seus funcionários. Lavar as mãos é uma importante e simples prevenção.

  • Utilize torneiras que tenham desligamento automático.

  • Utilize sabão líquido.

  • Utilize toalhas de papel.

  • Reduza as viagens e adote solução de teleconferência.

  • Mantenha as informações de contato com seus funcionários e parceiros atualizada.

  • Mantenha seus funcionários informados.

  • Tenha uma estratégia de ação caso um ou mais de seus funcionários (parceiros ou clientes, dependendo de cada tipo de negócio) seja infectado. Esta estratégia é função de cada tipo de negócio. Consideramos que empresas que usem mão de obra intensiva e que lidem com grande número de pessoas devem estar particularmente atentas devido a uma maior exposição à gripe influenza.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Gestão de Negócios e a Pandemia

O que os gestores de uma organização podem e devem fazer com relação a uma pandemia que está em andamento?
O que os acionistas, funcionários e clientes esperam dos administradores neste momento?
Estas duas perguntas singelas valem ouro nestes dias que estamos vivendo e elas precisam ser respondidas, pois estes questionamentos irão se apresentar aos administradores nos próximos dias.
A propagação da gripe influenza é inevitável. A OMS, Organização Mundial da Saúde, já emitiu parecer ratificando que as medidas preventivas são ineficazes para barrar a propagação desta pandemia. Temos que assumir que a gripe irá se propagar com uma abrangência e gravidade indeterminável.
No mundo corporativo a questão é como evitar, ou minimizar, as perdas decorrentes do impacto da pandemia. A resposta é através das boas práticas inerentes à gestão da continuidade de negócios.
Para se desenvolver um Plano de Continuidade a identificação do desastre é o ponto de partida. O conceito de “pior cenário possível” neste caso é amplo demais. Se este for o cenário, deveríamos considerar que grande parte da população será infectada e desta forma pouco teremos o que fazer. Este cenário apocalíptico não permite muitas alternativas para o gestor de uma empresa.
A utilização de cenários secundários nos parece uma alternativa pragmática mais interessante. Estes cenários são caracterizados pelas conseqüências da pandemia que podem impactar uma organização. Este tipo de desastre permite a adoção de estratégias de reação ao incidente que estão dentro do escopo de atuação dos gerentes. Dentre os desastres possíveis de se delinear, destacamos quatro desastres / conseqüências:
  • Indisponibilidade de funcionários essenciais
  • Indisponibilidade de parceiro essencial
  • Indisponibilidade de insumo básico
  • Redução significativa de demanda se serviços ou produto
Para cada um desastre factível deve ser concebido um plano de continuidade.
Cabe destacar que um plano de continuidade de negócios (PCN), especificamente desenvolvido para um desastre decorrente de uma pandemia, deverá apresentar dois tópicos merecedores de especial atenção:
  • Controle e monitoração do ambiente interno e externo e
  • Informação e conscientização de funcionários e parceiros (em alguns casos até de usuários e comunidade).
As soluções para cada PCN deverão ser identificadas a partir dos mecanismos usuais de desenvolvimento de um PCN, a começar pela análise de impacto de desastre, seguida da identificação da estratégia e seu detalhamento.
A especificação e detalhamento de cada PCN deverão ser identificados a partir dos mecanismos usuais de desenvolvimento de um PCN, a começar pela análise de impacto de desastre, passando pela identificação da estratégia e sua documentação.
É importante observar que fica a critério de cada organização identificar os possíveis desastres, avaliar o impacto deles e com base neste impacto definir a estratégia mais adequada. Se o impacto é alto ou baixo, e como ele irá ocorrer é uma avaliação que varia de organização para organização. Da mesma forma, caberá a cada organização decidir o que deverá ser investido em função do seu apetite a risco e da sua disponibilidade financeira.
Não é admissível ignorar que uma pandemia está a nossa volta e seguir o modelo avestruz que ilustra nosso artigo. Um posicionamento profissional baseado numa análise de impacto e viabilidade técnica – financeiro é o melhor caminho para a preservação do patrimônio de uma Organização.
Sucesso!!

PS: Juntando o útil ao agradável, para a visualização de um cenário catastrófico, recomendamos a leitura do romance “Ensaio sobre a Cegueira” de José Saramago.