Precisamos da Certificação do DRII ?

Fui o primeiro brasileiro a obter a certificação CBCP do DRII. Isto foi lá em 1997. Passados dezesseis anos muita coisa aconteceu. O mercado brasileiro de continuidade de negócios evoluiu. De solidão não irei padecer pois hoje temos inúmeros profissionais com conhecimento das disciplinas que dizem respeito à continuidade de negócios, mas nos primeiros anos tive que fazer um árduo trabalho de disseminação da importância da continuidade de negócios.

Em 1999 o "bug" do milênio deu um impulso para o conceito de continuidade. O Banco Central do Brasil ao exigir que planos de contingência fossem desenvolvidos para garantir a continuidade dos negócios numa eventual paralisação de um processo crítico no setor bancários foi um ótimo impulsionador desta filosofia aqui no Brasil.

Pouco depois, em 2001, tivemos o triste episódio do atentado ao World Trade Center. Desta vez o assunto continuidade dos negócios foi parar nas primeiras páginas dos jornais e nunca mais saiu das prioridades das organizações modernas e competitivas.

Nestes anos evoluímos de um pequeno grupo restrito a determinados segmentos dos negócios tais como o setor financeiro e de óleo e gás para um grupo antenado nas boas práticas de gestão, independente do segmento de negócio.

Existem padrões internacionais de boas práticas, temos cursos específicos, temos pós-graduações que incluem a continuidade de negócios em suas disciplinas, existem inúmeras organizações que tem a continuidade de negócios inserida em seus processos, temos inúmeros profissionais competentes e temos inúmeras consultorias capazes de prestar todo o tipo de suporte que o nosso mercado necessite.

Crescemos e amadurecemos.

E por isto estou firmemente considerando a possibilidade de ser o primeiro brasileiro e dispensar a certificação do DRII.

Nosso mercado não necessita mais ser tutelado por uma organização americana que foi muito importante nas décadas passadas na consolidação do mercado de continuidade de negócios.

Os tempos são outros.