quarta-feira, 24 de setembro de 2014

A Gestão de Risco na Segurança Pública

Este mês acompanhei  o treinamento em gestão de risco de mais de setenta profissionais. Três setores de atuação se destacavam neste grupo de treinandos: segurança pública, aviação e exploração de petróleo.
Os setores de aviação e exploração de petróleo  apresentam processos de operação maduros, estruturados e repetitivos, e neste caso a gestão de risco tem como meta o aperfeiçoamento destes processos operacionais de forma a garantir a segurança dos mesmos através da incorporação de medidas preventivas e corretivas de desvios operacionais que possam ser caracterizados como sendo de risco.



Neste setores as incertezas existem, mas as atividades possuem um padrão operacional devido a sua repetição dia-a-dia garantindo que os processos operacionais tenham um nível de maturidade elevado.
Esta repetitividade é menos frequente nos processos operacionais da segurança pública devido às características intrínsecas desta atividade. As demandas não padronizadas. Ainda assim, no processo de planejamento operacional é viável que se busque um maior grau de padronização. Esta singularidade das atividades da segurança pública traz inserida neste ineditismo um elevado grau de incerteza que não pode ser reduzido pela padronização de processos. Neste caso o caminho para se reduzir as incertezas inerentes às operações é a realização de análise de riscos, caso a caso, associada a uma maior padronização do processo de planejamento.
Um processo padronizado permite que ele seja depurado e aperfeiçoado pela repetição. A análise de risco inserida no processo de planejamento se faz necessária, e por ele ser repetitivo ela deve estar incorporada nas atividades ordinárias do planejamento. Assim o tratamento de risco na fase de planejamento deve estar presente não como uma processo independente e sim através da execução de atividades padrão inseridas na fase de planejamento que irão garantir a redução das incertezas e consequentemente irão garantir a redução do risco.
Para as operações que após seu planejamento de acordo com o processo padrão ainda apresentem  um  elevado grau de incerteza,  deverá ser realizado um trabalho específico de tratamento de risco. E neste caso as operações singulares, não repetitivas, tendem a ser aquelas com maior incerteza.

Ainda que a que os operações de segurança pública apresentem um elevado grau de singularidade deve ser perseguido a padronização dos mesmos o que é feita pela estruturação de protocolos de ação. Todo protocolo deve ter a gestão de risco incorporado nas sua execução e desta forma o tratamento de riscos será resultado da operacionalização de um processo maduro onde a consideração de prevenção e de reação a desvios seja uma prática usual e natural.