O Carnaval está chegando. Milhares de pessoas irão se
divertir nos blocos, ensaios, e praias. A cada ano cresce o número de pessoas
nas ruas do Rio de Janeiro aproveitando essa festa . E a cada ano a multidão se
faz sentir cada vez mais multidão. Há sobrecarga nos transportes, banheiros, e espaços
públicos. É muita gente para o espaço disponível e para a infraestrutura
possível de se dispor.
O desafio da cidade do Rio de Janeiro é conciliar a festa
com a segurança. E está cada vez mais
difícil fazer com que a segurança seja compatível com o tamanho do evento.
A gestão de multidão tem como ponto de partida a adequação
do espaço do evento com o público esperado. Para o carnaval de 2015 o público
esperado é maior do que o de 2014. O Rio de Janeiro tem aparecido positivamente
na mídia como sendo uma cidade onde a festa é uma constante. A Jornada Mundial
da Juventude, em 2014, foi um sucesso na mídia, a Copa das Confederações e a
Copa do Mundo também foram eventos que deixaram imagens positivas. E o
resultado é que no mês de fevereiro o Rio de Janeiro estará com lotação máxima.
Ou melhor, com superlotação. Cidades como Búzios e Cabo Frio experimentam esta
situação, mas em menor escala. No Rio de Janeiro estaremos recebendo milhões de
pessoas.
A operação da cidade e de seus serviços será exigida ao
máximo. A segurança é uma responsabilidade do Estado, mas a operação dos
serviços nem sempre é. Cabe ao poder público ordenar e cuidar para que os
serviços sejam oferecidos com a devida segurança e conforto.
Locais turísticos tem que ter uma operação compatível com a
demanda esperada. A estátua do Cristo Redentor é um ex
emplo de uma operação
super demandada. Sempre que houver um grande evento na cidade do Rio de Janeiro
haverá excesso de demanda no acesso ao Corcovado. Não será possível atender a
todos, mas é obrigatório que todos sejam tratados com eficiência, conforto e
segurança. Sempre que um destes pontos não for atendido satisfatoriamente
haverá uma queixa, podendo até resultar numa questão de segurança pública. Existe
uma capacidade de atendimento que é fisicamente impossível de ser ampliada. O
espaço do Cristo Redentor tem uma capacidade limitada e esta capacidade é a que
determina o número de visitantes máximo que poderá ser recebido.
Espaços com serviços compatíveis ao tamanho do público,
informação suficiente e equipe competente são essenciais para o sucesso dos
eventos. Só assim, o Rio de Janeiro pode oferecer a todo público uma
experiência agradável segura e confortável.
Só nos resta esperar que não tenhamos novamente manchetes e
reportagens dizendo que durante o carnaval houve uma grande fila em algum
lugar, que a fila era uma bagunça, que não havia informação, que os atendentes
eram despreparado, que faltava água, sombra...
Um comentário:
Excelente artigo, professor, vou divulgá-lo.
Postar um comentário