sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

II ConCERNE em Março de 2010

II ConCERNE - Conversas no CERNE
CERNE - Centro de Estudos de Risco e Segurança de Negócios

Realização: Coordenação de Engenharia de Produção - UVA / Barra
Apoio: PS Eng. de Produção
Apoio: Vendo Mais

Dia: 24 de março de 2010
Horário: 09:00 às 12:30h
Local: Auditório do Campus barra - UVA
Inscrições Grátis: Envie um e-mail com nome, telefone, empresa, para cerne@cernebr.com.br . No assunto coloque "ConCERNE".

Tema Central: Gestão de Multidões
Palestras:
  • Simulação de Evacuação de Pessoas - Prof. Nara Iwata
  • O Comportamento da Multidão - Prof. José Daniel
  • Gestão de Multidão em Eventos de Grande Porte - Prof. Fernando Saldanha

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

A Evacuação de Pessoas e a Gestão Continuidade de Negócios

A cada dia que passa mais fica solidificada nossa convicção que precisamos dedicar maior atenção à gestão e controle de grandes contingentes de pessoas.

Um exemplo de como isto está mal administrado é a utilização de prédios comerciais para acomodação de empresas de telemarketing. A quantidade de pessoas que estas empresas utilizam gera uma demanda das partes comuns destes edifícios muito maior do que a real capacidade instalada.

É comum vermos filas de pessoas querendo subir nas portas destes prédios. Também é fácil verificar que a espera por elevadores para descer é longa.

Numa eventual necessidade de evacuação emergencial podemos garantir que o tempo de evacuação, seja ele qual for, será superior ao tolerável.

Este problema está diretamente relacionado à continuidade de negócios de todas as organizações que compartilhem tais prédios. Não temos como ter razoável confiança de que após um desastre teremos um quantitativo de pessoal capaz de operar um Plano de Contingência. Raros são os Planos que podem dispensar o uso dos técnicos da organização no trabalho de garantia da continuidade dos negócios.

Garantir a integridade das pessoas é uma questão básica da Gestão da Continuidade de Negócios.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

STEPS - Simulação de Movimentação de Pessoas


Em janeiro de 2010 a professora Nara Iwata, Coordenadora do Curso de Design de Interiores do Campus Tijuca e o Professor Fernando Saldanha, Coordenador do Curso de Engenharia de Produção do Campus Barra, da Universidade Veiga de Almeida irão fazer uma visita aos escritórios da Mott MacDonald em Londres, Inglaterra, para estudar a simulação virtual de movimentação de pessoas através do uso do software STEPS - Simulation of Transient and Pedestrian Movements.

Esta iniciativa está inserida na linha de trabalho do CERNE – Centro de Estudos de Risco e Segurança de Negócios que tem como objetivo a gestão de multidão. A gestão de multidão pode ser aplicada no projeto de eventos de grande porte, no planejamento de circulação de pessoas em estádios e arenas, em grandes edifícios e em estações terminais de ônibus, metro, barcas, etc.

Com a proximidade da Copa do Mundo a ser realizada no Brasil em 2014 e com o planejamento e construção de instalações para as Olimpíadas de 2016 esta é uma iniciativa que tem muito a contribuir para o sucesso de nossos empreendimentos.

Para maiores detalhes cerne@cernebr.com.br .

Gestão de Multidão em Copacabana

Foto: Ayrton Camargo

Mais um ano chega ao fim e mais uma vez temos uma grande festa de réveillon em Copacabana.

Mais uma vez nos preocupamos com a segurança do público.

No dia 27 de dezembro o secretário municipal da Ordem Pública, Rodrigo Bethlem declarava ao jornal O Globo que dentre os objetivos da Prefeitura estava “...deixar as pessoas mais seguras”.

O objetivo está correto. Segundo o secretário a melhoria da segurança se dará pela repressão ao comércio ilegal e ao estacionamento irregular. Estas duas ações também são elogiáveis e para que elas efetivamente atinjam o objetivo de dar segurança elas devem ter como meta garantir a circulação do público.

Os carros estacionados irregularmente estrangulam os acessos da Av. Atlântica. O comércio ilegal também colabora com este estrangulamento. A repressão deve ser focada naqueles que estiverem irregulares e prejudicando a circulação das pessoas. Ou seja, o objetivo primário deve ser a segurança do público, desobstruindo as vias de circulação e não apenas o cumprimento das posturas municipais e leis do trânsito.

Também é importante obter a colaboração da população e turistas. O sucesso de uma festa com a presença de um milhão de pessoas depende da colaboração dos participantes. O espírito do que estarão em Copacabana é de confraternização e isto já é uma rotina. É uma festa pacífica. Mas isto não significa que a segurança do público possa ser relegada a um segundo plano. A prefeitura e toda a imprensa deveriam se unir num esforço para que regras de boa convivência sejam mais do que nunca observadas e de como se comportar num eventual incidente.

Estes dois tópicos acima, acesso e educação do público, são abordados especificamente por dois dos doze itens que consideramos quando do planejamento da gestão de multidão de um evento. São eles: Planejamento do Acesso e Público.

Os demais dez itens, que abaixo estão relacionados, e que não abordamos neste artigo, são tão importantes quanto os dois aqui considerados.

· Política de Drogas e Álcool

· Responsabilidade

· Vendas e Acesso

· Planejamento Formal da Gestão da Multidão

· Acomodação do Público

· Arquitetura e Design Interno

· Planejamento da circulação interna

· Planejamento da saída

· Planejamento de evacuação emergencial

· Serviços médicos de Emergência e Ambulatoriais

Quanto melhor planejado cada um destes tópicos, maior será a segurança que evento irá oferecer aos seus participantes.

Feliz 2010!!!

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Gestão Criminosa

No dia dois de dezembro houve tumulto na venda dos últimos ingressos para o jogo Flamengo X Grêmio.

No dia seis de dezembro houve tumulto e pancadaria no fim do jogo Coritiba X Fluminense.

Alem do tumulto o que há de comum nestes dois eventos é a sua previsibilidade.

A Polícia Militar solicitou que a venda dos ingressos fosse antecipada em um dia, caso contrario haveria o encontro da multidão indo assistir o jogo Fluminense X LDU com a multidão aguardando o início da venda dos ingressos. Ponto para a PM que previu um problema e tratou de eliminá-lo. Mas isto não foi o suficiente. O tumulto tinha hora marcada, estava previsto e se concretizou.

Em Curitiba o tumulto era possível. Não tão certo quanto ao tumulto da venda de ingressos, mas possível caso o Coritiba fosse rebaixado. No Rio de Janeiro, onde a probabilidade de ocorrência de um tumulto era de 100%, não houve uma ação preventiva efetiva. Em Curitiba a falta de prevenção quase implicou num desastre com vítimas fatais (até o momento não há vítimas fatais...). Jogadores, árbitros, policiais e torcedores ficaram expostos a selvagerias para as quais a organização do jogo não se preparou. Inadimissível.

As boas práticas indicam que deve ser feito a gestão da multidão para que não se perca o controle dela. A ação de controle da multidão é uma prática necessária, mas que significa que a gestão não foi eficaz e que a multidão está fora de controle.

Em ambos os eventos, esperou-se o início do tumulto para o início da reação e retomada de controle da multidão. Isto caracteriza imperícia, imprudência e negligência por parte dos promotores. Ou seja, isto é um crime!!!

Será que será necessário haver mortes para que tenhamos maior competência na gestão de grandes eventos e grandes públicos?

terça-feira, 3 de novembro de 2009

LIVRO: O Andar do Bêbado


O Andar do Bêbado (Ed. Jorge Zahar Editor, Rio de Janeiro)

O Andar do Bêbado, de Leonard Mlodinow, é um livro provocador. Ele procura mostrar que um fato excepcional não é uma exceção e sim resultado de um evento aleatório, que pode acontecer, e acontece, ainda que com pouca freqüência.

Nossa percepção é baseada em pré-conceitos que nos levam a confirmar o que esperamos que acontecesse. A regressão à média é um fato conhecido em determinados eventos. Um instrutor acha que seu aluno tem um melhor desempenho depois de ser advertido e que o êxito leva a um relaxamento. Na verdade o que acontece nada mais é do que uma regressão à média. Um bom piloto tem seus pousos variando em torno de um desempenho que lhe diz respeito. Suas aterrissagens são ora um pouco pior, ora um pouco melhor. Esta variação não tem relação com incentivos ou relaxamentos. Eles são resultado de variações aleatórias.

Perseguimos padrões e precisamos deles para confirmar ou estabelecer crenças. Tal necessidade nos leva a acreditar que eventos que são apenas aleatórios apresentem resultados determinísticos, a assim sendo nos levam a um erro de percepção.

O livro de Mlodinow faz um excelente par com o livro “Risco: A Ciência e a Política do Medo” sendo ambos importantes para a biblioteca de quem trabalha com Gestão de Risco.

LIVRO: "Risco: a Ciência e a política do medo"


Risco: a Ciência e a política do medo (Ed. Odisséia, Rio de Janeiro)

Don Gardner em seu livro explica como percebemos o risco e examina a psicologia que rege nossos temores A percepção de risco é apresentada como uma combinação de dois tipos de resposta do nosso cérebro: a intuitiva e a racional.

A intuitiva é rápida enquanto que a racional, como um adolescente acordando, é devagar e preguiçosa. O resultado desta combinação são percepções distorcidas e que em alguns casos nos levam a situações de maior risco. Um exemplo é a rejeição a utilização do transporte aéreo no pós 11 de setembro. As alternativas de transporte, em especial a feita por rodovia, são bem mais perigosas do que voar de avião. O resultado desta percepção de risco intuitiva e emocional foi um número maior de mortes.

O livro de Gardner é importante quando utilizamos o conceito de que risco é a combinação da probabilidade com a possível conseqüência. Se nossa percepção falha grosseiramente somos levados a estimar a probabilidade de maneira absurda e com isto nossa estimativa de risco fica totalmente equivocada.

O livro de Don Gardner é uma importante leitura para quem trabalha com segurança e gestão de risco.