No dia 15 de março estarei na UNIRIO na mesa redonda "Tecnologia e Gestão Tabelando pelo Esporte" no IV Encontro de Engenharia no Entretenimento (http://3eunirio.com/) . Os professores da UNIRIO, responsáveis pelo envento, incansáveis, merecem o nosso aplauso!!!
quinta-feira, 10 de março de 2016
quinta-feira, 26 de novembro de 2015
Resposta a um Desastre
O desastre de Mariana é um caso exemplar para discutir a
qualidade de nossos planos de recuperação de desastres.
Nos anos 70 e 80, o termo mais utilizado no Brasil era Plano
de Contingência. Expressão em que cabia todos os tipos de respostas a
incidentes indesejados e era largamente empregado na forças armadas e nas
empresas petrolíferas. Nos Estados Unidos no DRII, Disaster Recovery Institute
International, com sede em St. Louis nos EUA, que tratava tanto de desastres naturais
como desastres corporativos era utilizado o nome de Plano de Recuperação de
Desastres, de forma genérica, não sendo adotado o termo contingência para este
tipo de plano.
Nos anos 90 o DRII passou a utilizar a denominação de Planos
de Continuidade de Negócios por considerar que a palavra continuidade melhor
definia os objetivos de um plano de resposta a desastre. Os desastres, de
causas naturais, ficaram excluídos do
conceito de Planos de Continuidade de Negócio e para estes o antigo nome se
aplicava. No Brasil, a denominação Planos de Continuidade passou a ser
utilizada em maior escala quando o Banco Central exigiu este tipo de gestão,
com este nome, para fazer frente ao "bug do milênio".
No novo milênio, Disaster Recovery passou a ser também,
equivocadamente, utilizado para tratar da recuperação do ambiente de tecnologia
de informação das empresas, planos estes que disputavam os orçamentos com os
Planos de Continuidade de Negócios. Este
reaproveitamento da palavra desastre na área de tecnologia de informação foi
decorrente de uma visão simplista do conceito de continuidade de negócios, uma
vez que o ambiente de TI não pode ser tratado desassociado dos negócios, mas
ainda assim este termo vingou neste meio.
Hoje temos os Planos de Contingência, Planos de Recuperação
de Desastres, Planos de Continuidade de Negócio, Planos de Resposta
Emergencial, dentre outros disputante um mesmo espaço. Conceitualmente, a
estrutura de todos estes tipos de planos se baseiam na prevenção dos desastres,
na resposta emergencial, e num plano de continuidade operacional. O nome e o
peso de cada parte pode variar em função do seu ambiente, mas o conceito é o
mesmo e caso ele seja bem estruturado, a nomenclatura é o que menos importa.
Todos estes planos ao serem construídos tem como premissa
alguns pressupostos. Por exemplo, num plano empresarial pode ser considerado como
pressuposto que haverá pessoal qualificado em quantidade suficiente para que os
processos alternativos sejam executados. Outra premissa usual é que os dados
vitais estarão íntegros e em condição de serem utilizados após o desastre (um
banco, por exemplo, não tem como sobreviver caso perca seus dados sobre contas
correntes e de investimentos). Os pressupostos precisam ser garantidos, e as
empresas tem que fazer por onde para que eles possam ser factíveis e confiáveis.
Ao tratarmos de desastres ambientais alguns pressupostos
também tem que ser assumidos. Um deles, por exemplo, pode ser o de que o
sistema de alerta irá funcionar. Na estruturação dos procedimentos de resposta deste
tipo de incidente devem estar contemplados os procedimentos de resposta
emergencial, nas primeiras horas, e os procedimentos de mitigação compatíveis
com o caso tratado. Em Mariana, pelas informações divulgadas na mídia, podemos
considerar que não havia um plano de resposta compatível com o colapso de uma
barragem. Os procedimentos de resposta, de contenção e mitigação dos impactos
que pudemos conhecer foram ineficientes.
O desenvolvimento de planos de resposta a desastre é um
trabalho que exige método, e constante aperfeiçoamento. Infelizmente, isto
parece que não foi adotado pelos agentes envolvidos na ruptura da represa em
Mariana. O resultado foi desastroso e os procedimentos de resposta que foram
implementados parecem ser casuísticos, não planejados e não suportados pelos
devidos e necessários recursos técnicos e humanos. Acrescente-se que o a
exposição da população a este tipo de desastre também implica numa
responsabilidade das autoridades. A Samarco foi incapaz de responder a este
colapso, e o governo do Estado de Minas também foi incapaz de proteger a
população exposta. A existência de vilarejos exatamente no caminho das águas ou
rejeitos de uma represa por si só é inaceitável e demonstra a fragilidade dos
procedimentos preventivos.
Pela nossa experiência de desenvolvimentos de trabalhos de
gestão de risco e de gestão de resposta a desastres a Samarco não errou apenas na má gestão do incidente. Os erros começaram muito antes.
Temos muito trabalho a fazer para que desastres deste tipo tenham sua possibilidade de ocorrência e consequências diminuídas ao mínimo.
Temos muito trabalho a fazer para que desastres deste tipo tenham sua possibilidade de ocorrência e consequências diminuídas ao mínimo.
O leite está derramado, só nos resta aprender com os erros.
segunda-feira, 23 de novembro de 2015
Mariana, Paris, Risco e Bow Tie
Atentados em Paris, rompimento de barreira em Mariana,
estado de alerta em Bruxelas, atentado contra um hotel em Mali, são algumas das
notícias que temos recebido nos últimos dias. Em comum em todos estes casos
temos a descontinuidade das atividades diárias, dos processos de trabalhos das
empresas e da vida das cidades.
No ambiente público e no ambiente privado esta
descontinuidade causa impactos indesejáveis e em alguns casos irreparáveis.
Evitar estes eventos e, no caso de sua concretização reduzir seus impactos, é o
objetivo da gestão de risco.
Não há como reduzir a zero a probabilidade de uma ocorrência
como as citadas, mas há como se trabalhar para reduzir a possibilidade de sua
ocorrência. E há como se trabalhar para reduzir o impacto de suas
consequências.
Gestão de risco é um trabalho que exige método, conhecimento
técnico do ambiente do risco a ser tratado e pesquisa para um melhor conhecimento
das ameaças e dos controles disponíveis para prevenção e mitigação. Esta variedade de conhecimentos faz com que o
trabalho de gestão de risco de casos graves, onde a combinação de probabilidade
e consequência implique num risco significativo, seja trabalho de uma equipe. A
mescla de conhecimentos faz com que o resultado seja mais eficiente e o risco
seja efetivamente reduzido.
Um dos métodos que identificamos como sendo interessante
para a realizar da análise do risco é o Bow Tie. Neste método, um dos pontos
forte é a comunicação do risco através de um diagrama de excelente
visualização, neste diagrama ficam evidenciados os mecanismos de prevenção e os
mecanismos de reação à concretização do risco. O método adotado para a análise
de risco é um ponto vital para o seu sucesso. A metodologia a ser utilizada deve
ser um guia prático, sem ser simplista, para a condução dos trabalhos técnicos
e que não permita que seus executores se percam num emaranhado infindável de
possibilidades e alternativas. O resultado final deve ser um produto que
transmita de forma prática e consistente o que deve ser feito para o tratamento
do risco. O método Bow Tie, estruturado pela Shell nos anos 90, vem aos poucos
sendo conhecido e ganhando adeptos no Brasil. Seja você um deles!
sexta-feira, 13 de novembro de 2015
O que Mariana nos Ensina
Somos todos sobreviventes. Se você está lendo este artigo é
porque você administrou satisfatoriamente os riscos que você foi confrontado e conseguiu
superá-los.
Com o aprendizado adquirido nas vitórias e pequenas derrotas
sua capacidade de sobrevivência ficou ampliada. Nem todos os riscos que você
enfrentou foram vencidos com sucesso, mas os riscos maiores, que ameaçaram sua
sobrevivência foram superados. Você é a prova viva!
Entre as lições que vamos acumulando ao longo da vida, uma é
que devemos fazer a avaliação do que pode impedir a concretização de nossos
objetivos. Também aprendemos a identificar formas alternativas de superar os
obstáculos e minimizar impactos negativos quando não obtemos o desejado
sucesso.
Não atravessamos a rua sem olhar para os lados, não nadamos
em rios com correnteza, não cutucamos a onça com vara curta....
Quando nos tornamos adultos e maduros começamos a nos
preocupar com planos de saúde, aposentadoria e seguros de vida.
Ao utilizarmos este conjuntos de procedimentos estamos
fazendo a gestão do risco que pode impedir a nossa sobrevivência. Este conjunto
de procedimentos adotados, resumidamente,
são a síntese de uma gestão de risco.
Quando utilizamos um reservatório, contido por uma barragem,
que acondiciona milhões de litros de lama e substâncias poluentes devemos
avaliar o que poderá colocar em risco esta contenção e devemos também avaliar
as possíveis consequência do rompimento desta barragem. Adotar as medidas
preventivas e corretivas é consequência destas avaliações e a este processo
damos o nome de gestão de risco. O diagrama bow-tie
abaixo apresentado é uma ferramenta extremamente útil para registrar este
trabalho e divulgá-lo. A comunicação da gestão de risco é fundamental para
todos os envolvidos, direta ou indiretamente. Todos tem que ter conhecimento da
capacidade de resposta, inclusive com seus pontos fracos, e das possíveis
consequências da sua ocorrência.
Quando um desastre como o do rompimento das barreiras da
Samarco no município de Mariana acontece, é evidente que a gestão de risco foi
inadequada. Tanto na parte preventiva quanto na parte reativa, de mitigação dos
impactos.
Todos os gestores de risco devem estudar este caso e daí
tirar as lições necessárias para que os desastres não aconteçam com impacto tão
violento como este que estamos acompanhando nos últimos dias, com o agravante
de que até o momento não temos ainda completa percepção do tamanho real da destruição
decorrente.
terça-feira, 27 de outubro de 2015
Palestra: Segurança da Informação
No dia 29 de outubro, quinta-feira, o professor Fernando Saldanha estará apresentando uma palestra sobre segurança de informação para os alunos da UVA / Marapendi. Inscrições: https://www.eventbrite.com.br/e/introducao-a-seguranca-da-informacao-tickets-19026607094?aff=eac2 .
quinta-feira, 24 de setembro de 2015
Dia Triste em Mecca e em todo o Mundo
Dia triste.
A morte de quase mil devotos muçulmanos na peregrinação à Meca deve deixar todos tristes, independente de religião. Como especialista em Crowd Management fico indignado com as falhas que levaram a esta tragédia.
Depois de 1990, quando morreram quase 1.500 pessoas, este é o pior desastre neste local religioso.
Mortes em números elevados são frequentemente verificadas durante o Hajj, que é a peregrinação sagrada que todo muçulmano deve fazer pelo menos uma vez. Este ano, ainda em setembro a queda de um guindaste matou quase cem pessoas na Mesquita Sagrada (http://gerisco.blogspot.com.br/2015/09/acidente-em-mecca-mata-62-pessoas.html)
Embora as causas não estejam identificadas, por certo é uma falha dos gestores e organizadores. A multidão tem que ser gerenciada!!! O preço de quase mil mortes é inaceitável.
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/09/tragedia-durante-peregrinacao-na-arabia-saudita-mata-centenas.html
http://www.theguardian.com/world/2015/sep/24/mecca-crush-during-hajj-kills-at-least-100-saudi-state-tv
http://www.nytimes.com/2015/09/25/world/middleeast/mecca-stampede.html
A morte de quase mil devotos muçulmanos na peregrinação à Meca deve deixar todos tristes, independente de religião. Como especialista em Crowd Management fico indignado com as falhas que levaram a esta tragédia.
Depois de 1990, quando morreram quase 1.500 pessoas, este é o pior desastre neste local religioso.
Mortes em números elevados são frequentemente verificadas durante o Hajj, que é a peregrinação sagrada que todo muçulmano deve fazer pelo menos uma vez. Este ano, ainda em setembro a queda de um guindaste matou quase cem pessoas na Mesquita Sagrada (http://gerisco.blogspot.com.br/2015/09/acidente-em-mecca-mata-62-pessoas.html)
Embora as causas não estejam identificadas, por certo é uma falha dos gestores e organizadores. A multidão tem que ser gerenciada!!! O preço de quase mil mortes é inaceitável.
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/09/tragedia-durante-peregrinacao-na-arabia-saudita-mata-centenas.html
http://www.theguardian.com/world/2015/sep/24/mecca-crush-during-hajj-kills-at-least-100-saudi-state-tv
http://www.nytimes.com/2015/09/25/world/middleeast/mecca-stampede.html
sexta-feira, 11 de setembro de 2015
Acidente em Mecca mata 62 pessoas
Um guindaste, dentre vários utilizados na reforma de ampliação da Grande Mesquita de Mecca despencou matando pelo menos 62 pessoas e ferindo mais de 200 no dia de hoje, 11 de setembro de 2015.
O Hajj, que é peregrinação anual dos muçulmanos à Mecca acontece no final deste mês de setembro. Essa peregrinação envolve milhões de religiosos e é o motivo da ampliação da Grande Mesquita. A gestão de multidão é objeto de forte investimento por parte das autoridades da Arábia Saudita.
A causa da queda não está confirmada, mas pode ser devido a fortes ventos. Equipes de resgate ainda se encontram no local.
Fotos: EPA e Reuters
O Hajj, que é peregrinação anual dos muçulmanos à Mecca acontece no final deste mês de setembro. Essa peregrinação envolve milhões de religiosos e é o motivo da ampliação da Grande Mesquita. A gestão de multidão é objeto de forte investimento por parte das autoridades da Arábia Saudita.
A causa da queda não está confirmada, mas pode ser devido a fortes ventos. Equipes de resgate ainda se encontram no local.
Fotos: EPA e Reuters
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