segunda-feira, 2 de março de 2009

Incêndio no Costa Romântica

No artigo anterior utilizamos o caso do incêndio no navio Costa Romântica para ilustrar a gestão de crise. Hoje, dia 02 de março, passados alguns dias do desembarque dos passageiros podemos tomar conhecimento do que ocorreu no navio nas 24 horas que sucederam o incidente.
Pelos relatos podemos considerar que a resposta ao incidente foi eficaz. Nenhum passageiro ou tripulante ficou ferido e o incêndio foi controlado rapidamente.
As ações posteriores à resposta emergencial dão a entender que houve grave falha na comunicação com os passageiros uma vez que pouco foi informado e assim como também foram falhos os procedimentos de contingência uma vez que eles foram ineficientes na mitigação do desconforto.
A falta de energia elétrica num navio de cruzeiro, que hospeda mais de mil pessoas, acarreta uma série de desdobramentos que requerem a existência de uma plano de contingência estruturado e capaz de fornecer as condições mínimas necessárias para a alimentação, acomodação e higiene de centenas de pessoas.
A falta energia elétrica tem uma série de conseqüências, dentre as quais destacamos:
· Falta de ar-condicionado, impedindo a habitação nos camarotes, uma vez que a maior parte dos mesmos não dispõe de janelas que possam ser abertas.
· Falta d’água devido à inoperância de bombas para a distribuição da água.
· Falta de refrigeração dos alimentos, acarretando na deterioração dos mesmos.
· Falta de condições de uso da cozinha do navio, por falta de ventilação na mesma.
Diante de tal quadro de deterioração das condições de uso do navio, uma falta de energia elétrica é um incidente cuja duração não pode superar algumas poucas horas. Caso contrário este incidente se transformará num desastre, a menos que haja um Plano de Continuidade e Contingência.
O incidente do Costa Romântica pode ser considerado um desastre, ainda que, felizmente, não tenha havido nenhum dano físico a passageiros e tripulantes.
(Foto: Reuters)

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