Recentemente dei uma entrevista onde fui questionado sobre recomendações para quem for brincar no carnaval de rua.
Rapidamente me lembrei de um filme com orientações para os peregrinos que vão ao Hajj. Este evento reúne provavelmente a maior multidão no mundo. Neste vídeo os peregrinos eram orientados a não levar crianças, idosos, pessoas com dificuldade de locomoção, que não levassem malas e volumes, e que respeitassem os horários pré-definidos pelos organizadores para a ida aos lugares sagrados para cada grupo de visitantes.
O carnaval de rua no Brasil não é o Hajj, mas as multidões envolvidas são grandes. A principal recomendação que posso dar é para os organizadores e para as Prefeituras. Devemos incentivar que os blocos dos bairros sejam priorizados. O folião deve dar preferência para os blocos que ele possa ir a pé. No Rio de Janeiro em Ipanema o domingo de carnaval tem uma certa semelhança com Copacabana no dia 31 de dezembro. Todas as ruas próximo à praia ficam tomadas de gente, com ou sem bloco passando. O transporte público tem dificuldade em atender à demanda existente. Ainda não se achou uma solução satisfatória. Este não é um problema restrito ao Rio, é na Cidade Maravilhosa onde ele se apresenta de forma mais crítica.
No carnaval de 2011 as ruas da Zona Sul e do Centro da Cidade do Rio apresentaram uma ocupação numa densidade de pessoas acima do razoável. O desafio deste ano é fazer com que os foliões se espalhem pela cidade reduzindo a concentração em determinados bairros.
Em paralelo os organizadores devem divulgar de forma enfática tudo aquilo que se espera de boas práticas dos foliões e como serão disponibilizados os serviços que irão dar segurança e um mínimo de conforto a todos. A distribuição de guardas municipais a agentes de trânsito (para cuidar do trânsito dos veículos e das pessoas) é fator indispensável para que a multidão se sinta segura.
Como sugestão fica a idéia de exigir que cada bloco seja obrigado a ter uma apólice de seguro contra danos que seu desfile possa causar. Isto irá obrigar que os blocos reforcem sua estrutura e fazer com que as seguradoras ao serem contratadas fiscalizem o correto e seguro planejamento da festa.
E sendo assim, as seguradoras poderiam até ser patrocinadoras dos blocos, desde que eles sejam suficientemente seguros e organizados.
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