quinta-feira, 11 de junho de 2015

Casa das Bruxas

Diário de bordo: Dia 06/06/2015
Neste dia fui a mesma festa de aniversário de uma criança de um ano de idade.
Família e amigos reunidos numa casa de festas, na Barra da Tijuca, lugar nobre do Rio de Janeiro. Esta casa de festas deve estar cotada entre as mais caras e possui uma bela decoração. Nas paredes temos várias portas pintadas imitando portas de história de contos de fadas. Mas elas não são portas...parecem portas. As portas verdadeiras estão disfarçadas. Olho envolta e não veja qual o escape possível caso seja necessário uma evacuação. Procuro e olho bem. Continuo sem achar. Vejo uma única sinalização apontando para um local onde não há uma porta real, apenas as portas de brincadeira. Circulo pelo ambiente e acho uma porta, ampla, com barra antipânico, mas visível apenas de alguns pontos do salão. E não estou me referindo a nichos do salão. Onde eu estava inicialmente era um local central, de um dos ambientes, e deste ponto nada era visível. A porta de escape também não era visível de outros pontos. Não me senti confortável e seguro e temo por outros que venham frequentar este local.
Um dado a mais para se preocupar, o local foi feito para que as crianças brincassem em túneis e passagens fechadas, pouco visíveis.  A possibilidade de uma criança, numa emergência, ficar perdida, esquecida, encurralada, ou coisa parecida, é grande.

Não basta ter alvará, é preciso ser previdente.

segunda-feira, 23 de março de 2015

A segurança pode ser fashion !

A comunicação de procedimentos de segurança podem ser bonitas e agradáveis. Captar a atenção do público alvo é a meta. A Air France nos dá uma boa ideia de como isto pode ser feito no seu video de instruções de segurança que pode ser visto no link abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=0N3J6fE-0JI&t=51

Parabéns para a equipe de segurança da Air France !!!!

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Vai dar praia !

Nasci e cresci em Copacabana no século passado, e para toda a minha galera sábado, domingo e feriado, com sol ou com mormaço, era dia de praia. Era automático. Acordava tomava um café da manhã reforçado e ia para a praia no meu ponto. Assim era para toda a rapaziada do Leme ao Pontal. Não precisava de Facebook, Twitter, ou e-mail. Não precisava marcar nada, bastava ir para o local de sempre na praia, em frente a Constante,  Montenegro (já faz tempo!) ou  Garcia. Cada um tinha a sua praia.
Mas já naquela época domingo era um dia diferente. A praia era mais cheia tinha uma cara eclética com rostos estranhos, vindo de locais "pra lá do túnel".
Hoje em dia, especialmente nos domingos, a praia é do povo de Ipanema a Deodoro. Não apenas de quem mora perto dela. A praia nos domingos e feriados fica cheia de gente, muita gente e tem tudo
para ser uma festa. A manutenção de ordem num local público, aberto com uma grande quantidade e densidade de pessoas, somente poderá ser garantida com a contribuição dos usuários. A presença de policiamento ostensivo nas praias tem o caráter inibitório. Mas se esta inibição não acontecer, a presença da polícia não é garantia de que pequenas agressões e assaltos não ocorram.
A ordem em qualquer local onde haja uma grande concentração de pessoas somente será assegurada caso as pessoas presentes queiram manter a ordem. Do contrário, nunca haverá policiais em quantidade suficiente.
Precisamos de polícia para manter a ordem, mas acima de tudo precisamos de educação. No calçadão, na praia, na ciclovia, a segurança e conforto dependem da educação dos usuários. Pequenas ações podem significar atos de generosidade ou atos agressivos. O respeito ao ir e vir, a desobstrução das passagens, o ceder a vez, andar de bicicleta em velocidade compatível com o local, circular mantendo "a direita", são práticas que devem ser incentivadas, divulgadas e enfatizadas.

O grande número de frequentadores nas praias nos domingos de sol e calor é uma das características do Rio de Janeiro. Poucas grandes cidades do mundo têm a praia e o mar junto, bem juntinho, ao centro urbano. Isto faz com que tenhamos esta multidão nas praias, e a multidão é bem vinda e esse é o Rio de Janeiro. Para a festa ficar completa basta aprendermos a usar o espaço com civilização e educação. 

PS: As fotos são para embelezar a página. Eu ainda não ia à praia quando elas foram feitas!

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

O Carnaval de 2015 vem aí

O Carnaval está chegando. Milhares de pessoas irão se divertir nos blocos, ensaios, e praias. A cada ano cresce o número de pessoas nas ruas do Rio de Janeiro aproveitando essa festa . E a cada ano a multidão se faz sentir cada vez mais multidão. Há sobrecarga nos transportes, banheiros, e espaços públicos. É muita gente para o espaço disponível e para a infraestrutura possível de se dispor.
O desafio da cidade do Rio de Janeiro é conciliar a festa com a segurança. E está cada vez  mais difícil fazer com que a segurança seja compatível com o tamanho do evento.
A gestão de multidão tem como ponto de partida a adequação do espaço do evento com o público esperado. Para o carnaval de 2015 o público esperado é maior do que o de 2014. O Rio de Janeiro tem aparecido positivamente na mídia como sendo uma cidade onde a festa é uma constante. A Jornada Mundial da Juventude, em 2014, foi um sucesso na mídia, a Copa das Confederações e a Copa do Mundo também foram eventos que deixaram imagens positivas. E o resultado é que no mês de fevereiro o Rio de Janeiro estará com lotação máxima. Ou melhor, com superlotação. Cidades como Búzios e Cabo Frio experimentam esta situação, mas em menor escala. No Rio de Janeiro estaremos recebendo milhões de pessoas.
A operação da cidade e de seus serviços será exigida ao máximo. A segurança é uma responsabilidade do Estado, mas a operação dos serviços nem sempre é. Cabe ao poder público ordenar e cuidar para que os serviços sejam oferecidos com a devida segurança e conforto.
Locais turísticos tem que ter uma operação compatível com a demanda esperada. A estátua do Cristo Redentor é um ex
emplo de uma operação super demandada. Sempre que houver um grande evento na cidade do Rio de Janeiro haverá excesso de demanda no acesso ao Corcovado. Não será possível atender a todos, mas é obrigatório que todos sejam tratados com eficiência, conforto e segurança. Sempre que um destes pontos não for atendido satisfatoriamente haverá uma queixa, podendo até resultar numa questão de segurança pública. Existe uma capacidade de atendimento que é fisicamente impossível de ser ampliada. O espaço do Cristo Redentor tem uma capacidade limitada e esta capacidade é a que determina o número de visitantes máximo que poderá ser recebido.
Espaços com serviços compatíveis ao tamanho do público, informação suficiente e equipe competente são essenciais para o sucesso dos eventos. Só assim, o Rio de Janeiro pode oferecer a todo público uma experiência agradável segura e confortável.

Só nos resta esperar que não tenhamos novamente manchetes e reportagens dizendo que durante o carnaval houve uma grande fila em algum lugar, que a fila era uma bagunça, que não havia informação, que os atendentes eram despreparado, que faltava água, sombra...

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Depois da Kiss

Este mês a portaria 3083 do ministério da justiça que trata do direito do consumidor à informação sobre a segurança dos estabelecimentos de lazer, cultura e entretenimento fará uma ano.
Ela é uma das poucas respostas à tragédia da Boate Kiss, onde mais de 200 jovens morreram em decorrência de um incêndio.
Temos trabalhado há mais de quatro anos na disseminação de conhecimento sobre a gestão de grande público e é nossa constatação de que há pouco interesse no aprofundamento do conhecimento técnico desta matéria. O método da "tentativa e erro" é largamente utilizado no dia-a-dia. E temos observado que as melhorias, em alguns casos, são fruto do acaso pois a falta de capacitação faz com que não se saiba porque houve acerto assim como não se saiba porque se cometeu um erro.
O acertar e errar são obras do acaso e Sêneca disse que o acaso faz da vida um jogo. Mas ninguém merece morrer por este acaso.



Vide artigo http://oglobo.globo.com/economia/defesa-do-consumidor/na-cidade-que-batiza-portaria-lei-nao-pegou-14766272

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Curso: Gestão de Multidão - Dez / 2014

GESTÃO DE MULTIDÃO APLICADA A GRANDES EVENTOS
(Crowd Management - Turma Dez / 2014)

O curso Gestão de Multidão visa capacitar seus alunos a entender a dinâmica das multidões e utilizar modelos esquemáticos para o tratamento da chegada, circulação e dispersão de grandes públicos.

Público Alvo: Este workshop é direcionado para gestores privados e gestores públicos (Polícia Militar, Guarda Municipal, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil) responsáveis, direta ou indiretamente, por eventos onde haja grande concentração de pessoas.

Quando: dias 15 de dezembro de 2014, das 09:00h às 17:30h.

Onde: Campus Downtown da Universidade Veiga de Almeida, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro / RJ.

Professor: Fernando Saldanha, Eng. de Produção especialista em Gestão de Multidão e Gestão de Risco


Certificado: Emitido pelo CERNE.

Preço: R$ 350,00


Tópicos:
• Modelo de Gestão de Multidão
• Modelagem da multidão
• Multidões paradas
• Multidões em movimento
• Processos comportamentais de reação

Inscrições:  Até o dia 11 de dezembro de 2014 (vagas limitadas).

Inscrições / Informações: cerne@cernebr.com.br



    quarta-feira, 24 de setembro de 2014

    A Gestão de Risco na Segurança Pública

    Este mês acompanhei  o treinamento em gestão de risco de mais de setenta profissionais. Três setores de atuação se destacavam neste grupo de treinandos: segurança pública, aviação e exploração de petróleo.
    Os setores de aviação e exploração de petróleo  apresentam processos de operação maduros, estruturados e repetitivos, e neste caso a gestão de risco tem como meta o aperfeiçoamento destes processos operacionais de forma a garantir a segurança dos mesmos através da incorporação de medidas preventivas e corretivas de desvios operacionais que possam ser caracterizados como sendo de risco.



    Neste setores as incertezas existem, mas as atividades possuem um padrão operacional devido a sua repetição dia-a-dia garantindo que os processos operacionais tenham um nível de maturidade elevado.
    Esta repetitividade é menos frequente nos processos operacionais da segurança pública devido às características intrínsecas desta atividade. As demandas não padronizadas. Ainda assim, no processo de planejamento operacional é viável que se busque um maior grau de padronização. Esta singularidade das atividades da segurança pública traz inserida neste ineditismo um elevado grau de incerteza que não pode ser reduzido pela padronização de processos. Neste caso o caminho para se reduzir as incertezas inerentes às operações é a realização de análise de riscos, caso a caso, associada a uma maior padronização do processo de planejamento.
    Um processo padronizado permite que ele seja depurado e aperfeiçoado pela repetição. A análise de risco inserida no processo de planejamento se faz necessária, e por ele ser repetitivo ela deve estar incorporada nas atividades ordinárias do planejamento. Assim o tratamento de risco na fase de planejamento deve estar presente não como uma processo independente e sim através da execução de atividades padrão inseridas na fase de planejamento que irão garantir a redução das incertezas e consequentemente irão garantir a redução do risco.
    Para as operações que após seu planejamento de acordo com o processo padrão ainda apresentem  um  elevado grau de incerteza,  deverá ser realizado um trabalho específico de tratamento de risco. E neste caso as operações singulares, não repetitivas, tendem a ser aquelas com maior incerteza.

    Ainda que a que os operações de segurança pública apresentem um elevado grau de singularidade deve ser perseguido a padronização dos mesmos o que é feita pela estruturação de protocolos de ação. Todo protocolo deve ter a gestão de risco incorporado nas sua execução e desta forma o tratamento de riscos será resultado da operacionalização de um processo maduro onde a consideração de prevenção e de reação a desvios seja uma prática usual e natural.