O que os gestores de uma organização podem e devem fazer com relação a uma pandemia que está em andamento?
O que os acionistas, funcionários e clientes esperam dos administradores neste momento?
Estas duas perguntas singelas valem ouro nestes dias que estamos vivendo e elas precisam ser respondidas, pois estes questionamentos irão se apresentar aos administradores nos próximos dias.
A propagação da gripe influenza é inevitável. A OMS, Organização Mundial da Saúde, já emitiu parecer ratificando que as medidas preventivas são ineficazes para barrar a propagação desta pandemia. Temos que assumir que a gripe irá se propagar com uma abrangência e gravidade indeterminável.
No mundo corporativo a questão é como evitar, ou minimizar, as perdas decorrentes do impacto da pandemia. A resposta é através das boas práticas inerentes à gestão da continuidade de negócios.
Para se desenvolver um Plano de Continuidade a identificação do desastre é o ponto de partida. O conceito de “pior cenário possível” neste caso é amplo demais. Se este for o cenário, deveríamos considerar que grande parte da população será infectada e desta forma pouco teremos o que fazer. Este cenário apocalíptico não permite muitas alternativas para o gestor de uma empresa.
A utilização de cenários secundários nos parece uma alternativa pragmática mais interessante. Estes cenários são caracterizados pelas conseqüências da pandemia que podem impactar uma organização. Este tipo de desastre permite a adoção de estratégias de reação ao incidente que estão dentro do escopo de atuação dos gerentes. Dentre os desastres possíveis de se delinear, destacamos quatro desastres / conseqüências:
- Indisponibilidade de funcionários essenciais
- Indisponibilidade de parceiro essencial
- Indisponibilidade de insumo básico
- Redução significativa de demanda se serviços ou produto
Para cada um desastre factível deve ser concebido um plano de continuidade.
Cabe destacar que um plano de continuidade de negócios (PCN), especificamente desenvolvido para um desastre decorrente de uma pandemia, deverá apresentar dois tópicos merecedores de especial atenção:
- Controle e monitoração do ambiente interno e externo e
- Informação e conscientização de funcionários e parceiros (em alguns casos até de usuários e comunidade).
As soluções para cada PCN deverão ser identificadas a partir dos mecanismos usuais de desenvolvimento de um PCN, a começar pela análise de impacto de desastre, seguida da identificação da estratégia e seu detalhamento.
A especificação e detalhamento de cada PCN deverão ser identificados a partir dos mecanismos usuais de desenvolvimento de um PCN, a começar pela análise de impacto de desastre, passando pela identificação da estratégia e sua documentação.
É importante observar que fica a critério de cada organização identificar os possíveis desastres, avaliar o impacto deles e com base neste impacto definir a estratégia mais adequada. Se o impacto é alto ou baixo, e como ele irá ocorrer é uma avaliação que varia de organização para organização. Da mesma forma, caberá a cada organização decidir o que deverá ser investido em função do seu apetite a risco e da sua disponibilidade financeira.
Não é admissível ignorar que uma pandemia está a nossa volta e seguir o modelo avestruz que ilustra nosso artigo. Um posicionamento profissional baseado numa análise de impacto e viabilidade técnica – financeiro é o melhor caminho para a preservação do patrimônio de uma Organização.
Sucesso!!
PS: Juntando o útil ao agradável, para a visualização de um cenário catastrófico, recomendamos a leitura do romance “Ensaio sobre a Cegueira” de José Saramago.